segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Mais um semestre que se passa...


Faz muito tempo que eu não escrevo no blog. Estes últimos meses tenho me dedicado quase que exclusivamente para o fim da minha dissertação. Ainda falta muito...sei bem disso, mas o tempo urge e somente agora acordei para qual é a verdadeira proposta por trás do meu texto. É interessante que somente dois anos depois me deparei com o real sentido do que eu quero pesquisar... e o pior (ou melhor) é que não sei mais se concordo com ele ou não.
Atentei-me para o fato de que, ultimamente, tenho repetido em minhas aulas o mote: “este é o resultado dos meus últimos estudos, pode ser que semestre que vêm eu não concorde com mais nada disso”. Acredito que isso vem muito do meu momento. Um momento de desconstrução. Momento de repensar a teoria que eu tanto defendo e de buscar em outros universos, formas e maneiras de completar a minha gestalt.
Nos últimos dois anos (um pouco mais que isso), me perdi por muitas vezes naquilo que eu me propus a fazer. Demorei a fechar meu tema de dissertação, e ainda sim demorei a entender o que eu queria. Eu não sabia o que eu queria...Hoje eu entendo que gosto dos paradoxos. E que a internet nos submete a vários deles.
Olhando pra trás, tudo que eu vejo é que muita coisa mudou.
 Neste exato momento, estou sentado na coordenação de psicologia, em Juazeiro do Norte pensando sobre a minha dissertação e a minha clínica. Nessa semana vou viajar com a minha esposa e preparar a mudança para a minha casa. Em 2008, eu não imaginava que nos anos seguintes eu mudaria tão radicalmente minha vida. Comemoro todos os dias quando penso onde cheguei.
Em 22 de julho de 2009 eu reativei o blog. Apresentei uma série de temas que eu deveria pensar. A maioria eu abandonei. Em julho de 2009 eu não fazia a menor idéia de que eu coordenaria um curso de psicologia. Em janeiro de 2010 eu assumi esta função. Em 2007 eu dizia que nunca sairia de Fortaleza. Em 2009 me mudei. Em 2007 eu tinha certeza que só sairia de casa depois que casar. Sai de casa, mudei de cidade, comprei uma casa, e agora planejo casar. Outro paradoxo: planejo casar em 2010, mas desde 2009 eu já casei. Agora a questão é pura formalidade.
Sempre achei que minhas questões teóricas deveriam ser reduzidas às discussões acadêmicas. Hoje em dia, minha mulher é a maior interlocutora daquilo que eu tento pensar.
Lembro-me que em julho de 2008 eu lancei em Fortaleza um curso de introdução à gestalt-terapia no Instituto Gestalt do Ceará. Atualmente tenho duas turmas do mesmo curso juntamente com a Socorro, só que agora na Diálogos. Nada do programa proposto em 2008 se repete.
Agora em setembro, estou indo para o GT Catarina falar sobre a antropologia gestáltica (no que diz respeito à teoria do self) e sua relação com a virtualidade. Há quase três anos atrás, eu comecei a ouvir falar sobre a teoria do self...ainda não a conhecia. Neste exato momento, em cima da minha mesa, existe uma proposta de compreensão da psicossomática a partir da teoria do self gestáltica. Uma aluna me pediu para orientá-la. Eu aceitei.
O que será amanhã? Não faço a menor idéia. Penso que sou uma pessoa ansiosa, Penso que meu grande mal atualmente é a ansiedade. Também, tudo é sempre uma grande mudança. Um dos motivos que eu gosto de atualizar o blog é para poder atravessar o tempo em um click. Hoje em dia, este é um dos motivos dos meus estudos sobre a virtualidade e o ciberespaço. Por que eles transformam duas coisas: o tempo e o espaço. A internet é um portal que atravessa o espaço, e também um cemitério que consegue manter o tempo vivo.
Faço mais um registro. Daqui a seis meses, posso fazer um novo balanço de onde estarei. Que bom que eu não sei onde será.

Um comentário:

  1. Obrigado por escrever e compartilhar. Um texto bastante cordial e digno.

    Queria, oportunamente, te ouvir: (1) Antropologia Gestáltica, Teoria do Self, Virtualidade - posso te chamar para um Workshop, Curso, aqui na FANOR? Fazer o Curso por aqui é uma chance de compartilhar com outros, mas se você quiser organizar, aí, eu me proponho a organizar um grupo de estudantes e ir assistir em um final de semana; (2) Gostaria de ouvir sobre NET incidindo sobre tempo-espaço; (3) Um Cemitério que mantém o tempo vivo...

    Acho que os últimos três anos foram rápidos e intensos demais para muitos de nós.

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