terça-feira, 28 de agosto de 2007

Toca o telefone


Toca o telefone, escuto chamar umas duas vezes....olho o número: mais uma qualquer você. Termino um copo que fora de coca-cola, e agora? Somente água de um gelo que viu o sol nascer. “loucuras tão sóbrias de um iniciante” Ecoa como em um penhasco as palavras de cazuza. Ecoa como em um quarto escuro onde não se sabe onde estão as paredes...Um sentimento claustrofóbico na imensidão aberta do céu.

O mundo parece cada vez mais clichê...qualquer frase, qualquer tempo, qualquer situação parece com uma versão nova de uma história já batida...tão freqüente, tão esquecida.

Eu seria capaz de adivinhar cada segundo, eu seria capaz de prever cada promessa de vida eterna. Cada mentira sincera...que eu acredito tanto ao contar.

Toca o telefone mais uma vez...realmente interessa saber? Realmente interessa se dispor? Por mais um dia, por mais uma hora....ou inclusive por mais um trabalho de esquecer....o pior (ou o melhor) disso tudo é que esse trabalho não é meu. Posso esquecer que eu não preciso lembrar. Posso lembrar que eu não preciso esquecer.



Figura: Les Jouer des Cartes - Paul Cézanne

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